quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tempos de coletividade


Ao longo da história e cada vez mais, o homem vem procurando maneiras melhorar o que está a sua volta. Pode-se dizer que a busca pela inovação faz parte tanto do dia-a-dia de cada um quanto do mundo corporativo, de forma que a presença nessas duas esferas vem se misturando. Em outras palavras, as empresas têm recorrido a pessoas comuns para resolver seus problemas. Pode-se dizer que uma espécie de espírito colaborativo tem crescido a medida em que a inteligência coletiva vem propondo soluções, gerando conhecimentos e desenvolvendo novas tecnologias em prol de organizações. Essa ferramenta de inovação, conhecida como crowdsourcing, conta com a internet para facilitar conexões e se fortalecer.

O processo normalmente acontece da seguinte maneira: um problema é apresentado e as pessoas, amadoras ou profissionais, enviam propostas de solução. Com o crowdsourcing, é possível potencializar a geração de idéias, reduzir custos e tempo de investigação e, ainda, criar um vínculo emocional com os clientes ao inserí-los de maneira ativa no universo de determinada empresa.

Exemplos de crowdsourcing:

Label Desafios – plataforma nacional de crowdsourcing apresentada pelo site www.labeldesafios.com.br no qual empresas podem lançar desafios com prêmios e prazos estabelecidos. Os colaboradores enviam sugestões e a melhor é escolhida e premiada.

Fiat Mio – carro conceito criado pela Fiat a partir das idéias e opiniões de consumidores postadas no site http://www.fiatmio.cc/pt.

Linux - sistema operacional que permite que voluntários de todo o mundo o alterem segundo suas necessidades e redistribuam a nova versão criada.

Nessa onda de criatividade e cooperação, surgiu também o crowdfunding: apoio de iniciativas de individuais ou de organizações por meio de contribuições financeiras de quem se interessar. Na prática, são apresentadas na internet idéias que necessitam de investimento para acontecer e qualquer pessoa ou grupo de pessoas pode financiá-los. O site brasileiro pioneiro nesse modelo de negócios é o http://catarse.me, onde são apresentados projetos com seus respectivos custos. Os investidores podem optar por colaborar com qualquer valor a partir de R$10,00, sendo que quanto maior a contribuição, maior a recompensa. Essas recompensas são as mais variadas, desde um CD até um show em casa. Se até o prazo determinado, o projeto não tiver atingido o valor que precisa, todo mundo que contribuiu recebe o dinheiro de volta.

Uma das vantagens do crowdfunding, é que o público decide de maneira direta qual projeto irá para frente, e não mais intermediários como gravadoras de CD.

Penso que estamos vivendo, de fato, na era da colaboração e do compartilhamento, seja de músicas, vídeos, opiniões, idéias, projetos, notícias etc.

Qual será o próximo passo?

quarta-feira, 23 de março de 2011

Rituais de consumo

Enquanto estava fazendo minha monografia sobre Design Emocional, um dos livros que chamou minha atenção foi “A lógica do consumo”, de Martin Lindstrom. 


Na época tive que focar nas partes que se relacionassem diretamente com o tema, pois o prazo de desenvolvimento do trabalho era curto e as fontes que deveria consultar eram muitas.

Recentemente, recomecei o livro, com mais calma dessa vez. Nessa segunda leitura, pude dar maior atenção para um capítulo que havia despertado meu interesse: “Você acredita em magia? – ritual, superstição e porque compramos”. Achei bastante pertinente a relação do conceito de ritual e dos hábitos de consumo.

Vivemos em um mundo onde mudanças acontecem em um ritmo tão acelerado e chegam a nós de forma incontrolável por tantas direções, que vivemos acompanhados por incertezas. Essa sensação de imprevisibilidade impulsiona a busca por estabilidade e por formas de obtermos controle sobre nossas vidas. Com isso, acabamos recorrendo a produtos e serviços com os quais temos familiaridade.

Depois que encontramos uma marca que gostamos, possivelmente iremos recorrer a ela novamente. Desenvolveremos, então, uma relação com essa marca na qual um hábito de consumo pode transformar-se em um ritual.

Rituais são ações realizadas segundo a crença não totalmente racional de que é possível manipular o futuro. Em outras palavras, pressupõe-se que determinados comportamentos levam a um resultado esperado, mesmo que não haja nada que comprove isso.

Os rituais  podem fortalecer as conexões emocionais de uma marca com seu público, pois tornam memorável aquilo que compramos. Lindstrom afirma que “na maioria das vezes a compra de um produto é mais um comportamento ritualizado do que uma decisão consciente”.

Dentre os exemplos de rituais de consumo citados no livro, achei que o Kit Kat foi um dos que ilustra melhor como isso funciona na prática. 



A marca de chocolates foi lançada pela Nestlé no Extremo Oriente é pronunciada de forma que se parece com a expressão “Kitto-Katsu”, que significa “ganhar na certa”. Isso fez com que começassem a comer  Kit Kats antes de provas, competições e desafios em geral, com a crença de que seria possível alcançar melhores resultados. Esse ritual foi reforçado quando a Nestlé passou a vender o chocolate em embalagens azuis, transmitindo a idéia de algo “divino” e ainda criou um espaço em seu site onde os visitantes podiam registrar pedidos e aspirações.

Porém, não é preciso aprofundar tanto. Afinal, não costumamos usar os mesmos perfumes e marcas de roupa? Não vamos a restaurantes e pedimos os pratos de sempre? Não frequentamos os mesmos lugares?

Um estudo feito por Gazi Islam classifica os rituais em 6 categorias: os rituais de passagem, de rebaixamento, de valorização, de renovação, de redução de conflito e de integração. Para aprofundar no assunto, clique aqui.

PS. Lindstrom virá ao Brasil em 2011 para o HSM ExpoManagement, que acontecerá nos dias 7, 8 e 9 de Dezembro em São Paulo. Para mais informações sobre o evento, clique aqui.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Global Service Jam - Belo Horizonte




Aconteceu esse final de semana (11/03 a 13/03) um evento muito bacana: o Global Service Jam. Entre as 48 cidades que participaram, espalhadas por 30 países, Belo Horizonte teve a honra de ser uma delas. Essa foi mais uma oportunidade promovida pela CoolHow Creative Lab, de Tiago Bellote e Sérgio Souto, a mesma agência que promoveu o TEDx Cidade Jardim e o curso de Coolhunting oferecido pela Berlin Inovação e Tendências. Os três eventos foram um sucesso! Espero que esses sejam apenas os primeiros e que continuem trazendo novidades para BH.

Bom, voltando ao Global Service Jam, a proposta era que cada cidade organizasse os participantes em pequenas equipes de aproximadamente 4 pessoas que deveriam trabalhar em conjunto para gerar a idéia de um novo negócio em 48h. Deveriam ser propostas soluções a partir do tema (super) heróis, informado nas primeiras horas do evento.

Além de conhecer pessoas muito interessantes, antenadas e criativas, foi incrível poder trabalhar em um grupos multidisciplinares e realmente dedicados aos projetos. A minha equipe, por exemplo, era composta por mim (designer gráfico), pela Adilene Rodrigues (designer de ambientes), pelo Cristiano de Magalhães (designer de produto) e pelo Guilheme Lima (arquiteto). Na minha opinião, o mais legal não foi o produto final, mas a troca de informações e o processo para chegarmos até ele. Tivemos que estabelecer metodologias de trabalho, para aproveitar o tempo tão curto disponível para pensarmos em todas questões que envolvem o design de serviços, como os touch points envolvidos, os componentes funcionais e emocionais, a viabilidade do negócio, a relação com cada um dos stakeholders, os fatores de motivação e a sustentabilidade nos níveis econômico, ambiental e social.







Com essa divisão, foi possível conhecer melhor cada integrante. Porém, também tivemos contato com as outras equipes, pois foram feitas dinâmicas que possibilitaram a interação entre todos e foram feitas apresentações das idéias antes que elas tivessem totalmente fechadas. Assim, todos foram se ajudando e vendo os projetos se estruturarem.

Durante todo o processo, contamos com a consultoria de profissionais convidados que se alternavam de grupo em grupo e davam dicas, idéias, faziam questionamentos e apontavam pontos que deveriam ser repensados. Para isso, além do Tiago Belotte e do Sérgio Souto, o evento teve a participação da Denise Eler e das empresas Criativina, Notus e Latitude 14. Esses colaboradores também apresentaram palestras durante o evento.

A palestra que abriu o evento foi da Denise Eler, sobre Design de Serviços, que se refere a negócios que lidam com bens intangíveis utilizando a metodologia do Design Thinking. O Design Thinking, por sua vez, é a aplicação do modelo de pensamento do design para outras áreas.

A Latitude 14, empresa focada em design de interação, apresentou uma palestra sobre etnografia, que consiste em um modo de pesquisa no qual é preciso “ir ao campo” para observar e vivenciar a realidade na qual determinado projeto se insere.

A Notus, empresa de design de produto, apresentou um conteúdo referente à geração de idéias. Foi abordado o conceito de “mar de idéias”, segundo o qual é preciso, metaforicamente, delimitar um espaço no mar e preencher com conteúdos (informações, referencias, pesquisa, observações etc.) para depois navegar, mergulhar ou surfar no mar.

A Criativina, empresa que oferece soluções em design e workshops empresariais, fechou as apresentações, com uma visão geral sobre a gestão de projetos. Dentre os itens abordados, foram apresentadas informações sobre risco, escopo, comunicação, qualidade, métricas, RH e prazo de projetos.

O evento como um todo foi realmente uma experiência incrível! Para aqueles que não puderam participar, não fiquem tristes: em outubro tem mais!!!


terça-feira, 8 de março de 2011

Sobre as mídias sociais


Atualmente, muito se fala que as mídias sociais são “a bola da vez”, oferecendo não só diversão, mas também oportunidades de negócios. Isso é fato, mas, para alcançar os resultados desejados é preciso ter um bom planejamento. Porém, antes de falar sobre isso, vamos entender um pouco da história das mídias sociais. 

Esse infográfico foi retirado do blog "Mídias Sociais". 
Para saber mais sobre a história das mídias, clique aqui.
Como se pode ver, fóruns, blogs, videologs e sites de compartilhamento de arquivos e de construção colaborativa ganharam força na primeira década do século XXI e hoje apresentam possibilidades de interação que no passado seriam consideradas impossíveis. Com as mídias sociais, foi possível unir pessoas e derrubar barreiras do tempo e do espaço.
A chegada de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos em 2008 foi um case que atraiu a atenção para o potencial das redes sociais. No ano da eleição, Obama tinha perfis oficiais: no Facebook (5 milhões de amigos), no Twitter (230 mil followers) e no Mypace (mais de 1 milhão de amigos), fazendo com que as ações online representassem uma das principais ferramentas de sua campanha política. Assim, foi possível influenciar de maneira decisiva a percepção dos eleitores acerca da imagem do candidato.
Porém, não só pessoas físicas, mas também empresas podem se beneficiar do advento da tecnologia digital para melhor trabalharem sua imagem. Para isso, antes de qualquer iniciativa na rede, é preciso pensar como atuar de maneira estratégica. Inicialmente, deve-se pensar em quais mídias sociais a empresa atuará. Twitter, Orkut, Facebook, Linkedin, Ding, Youtube, blog etc. devem estar em sintonia. A definição de “transmedia storytelling” caracteriza a forma integrada como essa atuação no espaço virtual deve acontecer. É preciso “contar uma história”, estruturar uma narrativa que se estenda por diversos suportes midiáticos, de forma que a ação em cada um deles se complemente e leve em conta as características próprias de cada meio. Esse trabalho em conjunto não diz respeito apenas às mídias sociais, mas também à televisão, rádio e impressos, por exemplo. Afinal, da mesma forma que o cinema não substituiu o teatro e a televisão não substituiu o rádio, a internet também não substituiu nenhuma outra mídia e deve dialogar com elas de maneira planejada.
Dentre as várias novas possibilidades que a internet trouxe, certamente a co-criação merece destaque. Levando em conta a utilização das novas mídias no universo empresarial, é possível uma abordagem participativa na qual o consumidor possa ser envolvido em uma relação colaborativa, dialogando com as organizações. Nesse cenário, a comunicação deve ser projetada para funcionar de maneira bidirecional, em uma via de mão dupla. Com isso, a maneira de fazer negócios mudou, pois os consumidores ganharam voz. Hoje, eles detêm o poder de fazer críticas e sugestões com bastante facilidade, divulgando sua opinião para milhares de pessoas apenas com um clique. Além disso, outra mudança importante é que atualmente, é o consumidor que escolhe a mensagem que deseja ver. Assim, o conteúdo gerado pelas empresas deve ser interessante e relevante o suficiente para atrair seu público.
Levando em conta esse cenário, para alcançar uma comunicação efetiva na rede, é essencial definir algumas questões como objetivos, público alvo, posicionamento da marca, abrangência do conteúdo, linguagem a ser utilizada e serviços a serem oferecidos. Em outras palavras, é preciso ter em mente o que se pretende alcançar, com quem deseja dialogar, o que se deve informar e qual imagem deve ser refletida. Sobre imagem, entende-se: as impressões (positivas ou negativas) acerca de determinada marca.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Olá Blogosfera!


mapa da blogosfera gerado por computador e produzido por Matthew Hurst

Os blogs são uma das mídias mais populares na internet e isso deve-se, principalmente, às possibilidades de criação gratuita, atualização rápida e comunicação direta por meio do sistema de comentários. Já há algum tempo tenho vontade de ter um blog, porém, essa é uma prática que demanda tempo e dedicação.
Recentemente, li um artigo de Juliano Marcos Martins, embaixador de relacionamento da IBM junto a faculdades, no qual ele afirmava que “um blog funciona como um comercial, você exibe um produto para vender. No caso, você está se mostrando, e acredite, as empresas/pessoas, estão olhando.” De fato, essa é uma ferramenta que permite que você compartilhe informações com pessoas que tenham interesses semelhantes ao seu. Assim, você se torna um disseminador de conteúdos responsável e reconhecido pelo que escreve. Os blogs são parte importante da cultura atual e podem ajudar o profissional a crescer por possibilitar que o autor publique artigos, expresse sua opinião e deixe transparecer quais os assuntos de seu interesse. Em um mercado tão competitivo, essa é uma maneira d se diferenciar e fazer com que saibam quem é você.
Então, chegou a hora, e é com muito prazer que escrevo esse primeiro post e assumo o compromisso enquanto geradora de conteúdos!