Recentemente, recomecei o livro, com mais calma dessa vez. Nessa segunda
leitura, pude dar maior atenção para um capítulo que havia despertado meu
interesse: “Você acredita em magia? – ritual, superstição e porque compramos”.
Achei bastante pertinente a relação do conceito de ritual e dos hábitos de
consumo.
Vivemos em um mundo onde mudanças acontecem em um ritmo tão acelerado e
chegam a nós de forma incontrolável por tantas direções, que vivemos acompanhados por incertezas. Essa sensação de imprevisibilidade impulsiona a busca
por estabilidade e por formas de obtermos controle sobre nossas vidas. Com isso,
acabamos recorrendo a produtos e serviços com os quais temos familiaridade.
Depois que encontramos uma marca que gostamos, possivelmente iremos
recorrer a ela novamente. Desenvolveremos, então, uma relação com essa marca na
qual um hábito de consumo pode transformar-se em um ritual.
Rituais são ações realizadas segundo a crença não totalmente racional de
que é possível manipular o futuro. Em outras palavras, pressupõe-se que
determinados comportamentos levam a um resultado esperado, mesmo que não haja
nada que comprove isso.
Os rituais podem fortalecer as conexões
emocionais de uma marca com seu público, pois tornam memorável aquilo que
compramos. Lindstrom afirma que “na maioria das vezes a compra de um
produto é mais um comportamento ritualizado do que uma decisão consciente”.
Dentre os exemplos de rituais de consumo citados no livro, achei que o Kit
Kat foi um dos que ilustra melhor como isso funciona na prática.
A marca de
chocolates foi lançada pela Nestlé no Extremo Oriente é pronunciada de forma
que se parece com a expressão “Kitto-Katsu”, que significa “ganhar na certa”.
Isso fez com que começassem a comer Kit
Kats antes de provas, competições e desafios em geral, com a crença de que
seria possível alcançar melhores resultados. Esse ritual foi reforçado quando a
Nestlé passou a vender o chocolate em embalagens azuis, transmitindo a idéia de
algo “divino” e ainda criou um espaço em seu site onde os visitantes podiam
registrar pedidos e aspirações.
Porém, não é preciso aprofundar tanto. Afinal, não costumamos usar os mesmos
perfumes e marcas de roupa? Não vamos a restaurantes e pedimos os pratos de
sempre? Não frequentamos os mesmos lugares?
Um estudo feito por Gazi Islam classifica os rituais em 6 categorias: os
rituais de passagem, de rebaixamento, de valorização, de renovação, de redução
de conflito e de integração. Para aprofundar no assunto, clique aqui.
PS. Lindstrom virá ao Brasil em 2011 para o HSM
ExpoManagement, que acontecerá nos dias 7, 8 e 9 de Dezembro em São Paulo. Para
mais informações sobre o evento, clique aqui.
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